Cinco regionais foram classificadas com alto risco, mesmo número de três meses atrás
Desde que o governo passou a divulgar um mapa preliminar do Distanciamento Controlado, a partir da criação de uma instância recursiva, há três meses, o Rio Grande do Sul não apresentava um número tão baixo de bandeiras vermelhas – que correspondem a alto risco epidemiológico de coronavírus. A classificação prévia da 20ª semana do Distanciamento Controlado, divulgada nesta sexta-feira (18), traz cinco bandeiras vermelhas concentradas nas regiões Metropolitana e Missioneira – mesmo número da sétima rodada, quando o governo passou a aceitar pedidos de reconsideração antes de anunciar o mapa semanal vigente.
Com isso, a maior parte do território gaúcho ficou em cor laranja – são 17 regiões classificadas com risco médio. Nenhuma aparece em risco baixo (bandeira amarela) – a última vez foi na oitava rodada, em 26 de junho, ou altíssimo (preta) – não registrado até hoje. Houve avanços nos indicadores de propagação da doença e de capacidade de atendimento na última semana. Entre os destaques, estão a queda de 3% em internações por Covid-19 tanto nos leitos clínicos (de 803 para 778) quanto nos de UTI (713 para 693). O número de óbitos pela doença apresentou leve queda, sendo considerado estável, entre as duas últimas quintas-feiras (de 340 para 338). O número de casos ativos aumentou 7% (de 10.066 para 10.793).
Chamou a atenção da equipe que monitora o modelo o elevado crescimento nas hospitalizações por Covid-19 em 10 regiões: Cachoeira do Sul (133,3%), Cruz Alta (83,3%), Uruguaiana (50%), Ijuí (41,7%), Novo Hamburgo (40,4%), Lajeado (31,8%), Santa Rosa (23,1%), Santo Ângelo (22,9%), Pelotas (21,6%) e Taquara (21,4%). As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (304), Caxias do Sul (102), Passo Fundo (87), Canoas (77) e Novo Hamburgo (73).
Regiões em cogestão
Entre as regiões classificadas com bandeira vermelha, estão Porto Alegre, a única que permanece, e Novo Hamburgo, Guaíba, Santo Ângelo e Cruz Alta, que estavam na laranja. Dessas, apenas Guaíba não aderiu ao sistema de cogestão do Distanciamento Controlado. As outras quatro fazem parte do total de 17 regiões que estão adotando protocolos alternativos às bandeiras calculadas pelo governo – Capão da Canoa, Taquara, Canoas, Ijuí, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Erechim, Passo Fundo, Pelotas, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Lajeado.
Paralelamente aos pedidos de cogestão, o Rio Grande do Sul aceitará pedidos de reconsideração à classificação de risco, que pode ser feito via associação regional ou pelo próprio município, no prazo máximo de 36 horas após a divulgação do mapa preliminar – ou seja, até as 6h de domingo (20). A adoção de protocolos alternativos não altera as cores do mapa definitivo, que será divulgado após análise dos recursos pelo Gabinete de Crise, na tarde de segunda-feira (21). A vigência das bandeiras da 20ª rodada começa à 0h de terça-feira (22) e se encerra às 23h59 de segunda-feira (28).
Bandeira laranja
Conforme o mapa preliminar da 20ª rodada, apenas 77 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 4 milhões de habitantes, o que corresponde a 35,4% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes).Desses, 21 municípios (98 mil habitantes, 0,9% do total) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.
Destaques da 20ª rodada
– número de novos registros de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de confirmados Covid-19 aumentou 6% entre as duas últimas semanas (997 para 1.061);
– número de internados em UTI por SRAG reduziu 4% entre as duas últimas quintas-feiras (917 para 884);
– número de internados em leitos clínicos com Covid reduziu 3% entre as duas últimas quintas-feiras (803 para 778);
– número de internados em leitos de UTI com Covid reduziu 3% entre as duas últimas quintas-feiras (713 para 693);
– número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid aumentou 5% entre as duas últimas quintas-feiras (de 583 para 614);
– número de casos ativos aumentou 7% entre as duas últimas semanas (de 10.066 para 10.793);
– número de óbitos por Covid-19 ficou praticamente estável entre as duas últimas quintas-feiras (de 340 para 338).