Indicadores de Santa Maria, Guaíba, Passo Fundo e Caxias do Sul pioram
Na semana em que o Rio Grande do Sul completa seis meses desde a notificação do primeiro caso de coronavírus, em 10 de março, o modelo de Distanciamento Controlado chega à 19ª rodada. O mapa preliminar traz sete regiões em bandeira vermelha (risco epidemiológico alto para Covid-19). As outras 14 regiões estão em bandeira laranja (risco epidemiológico médio). Além de Porto Alegre, Erechim e Palmeira das Missões – três regiões que já estavam em bandeira vermelha e se mantiveram nesta rodada –, os indicadores apontaram piora em outras quatro regiões. Santa Maria (foto), Guaíba, Passo Fundo e Caxias do Sul completam as sete regiões classificadas em vermelho neste mapa preliminar (abaixo).
Em todo o Rio Grande do Sul, houve queda em alguns indicadores, como hospitalizações (-7%) e internados em leitos clínicos (-14%). Ocorreu também estabilização no número de leitos livres. Como houve um aumento dos pacientes internados por outros motivos, a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 apresentou leve queda, mantendo-se abaixo de um leito livre para cada ocupado, o que exige cautela para não permitir novas acelerações no número de internações pela doença no Estado.
Desde a 14ª rodada está vigente o modelo de cogestão, no qual as regiões Covid podem adotar protocolos menos restritivos à bandeira na qual estão classificados, mas no mínimo iguais à bandeira anterior. Para tanto, precisam elaborar planos estruturados próprios aprovados por no mínimo dois terços dos prefeitos e avalizados por uma equipe técnica. Das sete regiões em vermelho, somente Santa Maria e Guaíba não apresentaram um protocolo próprio de cogestão.
Até as 18h desta sexta-feira (11), 17 regiões haviam aderido à cogestão: Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Santo Ângelo, Cruz Alta, Ijuí, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, Lajeado e Erechim. Os documentos devem ser encaminhados para o Gabinete de Crise exclusivamente via formulário eletrônico, com no mínimo 48 horas de antecedência do início da vigência do plano. O pedido de reconsideração à classificação da bandeira, que pode ser feito via associação regional ou pelo próprio município, também deverá ser encaminhado exclusivamente por meio de formulário eletrônico. A adoção de protocolos alternativos não altera as cores do mapa definitivo, que será divulgado após análise dos recursos pelo Gabinete de Crise, na tarde de segunda-feira (14). A vigência das bandeiras da 19ª rodada começa à 0h de terça-feira (15) e se encerra às 23h59 de segunda-feira (21).
Bandeira laranja
Conforme o mapa preliminar da 19ª rodada, 253 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 5.753.746 habitantes, ou seja, 50,8% da população gaúcha (total de 11.329.605 habitantes). Desses, 115 municípios (501.855 habitantes, 8,7% do RS) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.
Chamou a atenção da equipe que monitora o modelo um forte crescimento nas hospitalizações por Covid-19 em pelos menos seis regiões (veja quadro a seguir) – Santa Maria (117,4%), Santa Rosa (85,7%), Cachoeira do Sul (50%), Bagé (37,5%), Guaíba (21,9%) e Santo Ângelo (20,7%).
A atual fase da pandemia, na qual a ocupação de leitos de UTI por Covid-19 indica um estágio de estabilização, permitiu, nesta semana, uma revisão de dois indicadores do Distanciamento Controlado que medem a capacidade de atendimento da rede hospitalar. Nas primeiras semanas do modelo de bandeiras, para que uma região alcançasse a classificação amarela, por exemplo, era preciso apresentar sempre um número maior de leitos de UTI livres do que na semana anterior (tanto na região quanto no Rio Grande do Sul como um todo).
No esforço em ampliar a capacidade instalada, o governo do Estado conseguiu dobrar o total de leitos de UTI disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, são 1.856 unidades habilitadas – no início da pandemia, eram 933 leitos. Diante da estabilidade de ocupação por Covid-19 nos últimos dias, se percebe agora um aumento de pacientes em UTI por outras razões (a ponto de reduzir o número de leitos livres), atendendo parte da demanda reprimida durante os meses anteriores. Ou seja, há possibilidade de haver redução de leitos livres de UTI mesmo que a pandemia se mostre estável. No formato que vigorou até a 18ª semana do modelo, essa situação poderia representar aumento de regiões sob bandeira vermelha, mesmo sem uma maior ocupação de leitos e de hospitalizações por Covid-19. O ajuste específico nesses dois indicadores estabeleceu novos parâmetros de redução dos leitos de UTI livre para classificações de bandeira: amarela (até 10%), vermelha (até 17,5%), vermelha (até 25%) e preta (acima de 25%).
Principais indicadores da 19ª semana
– número de novos registros de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de confirmados Covid-19 reduziu 7% entre as duas últimas semanas (de 1.067 para 997);
– número de internados em UTI por SRAG ficou praticamente estável no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (de 910 para 917);
– número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS reduziu 14% entre as duas últimas quintas-feiras (de 935 para 803);
– número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS ficou praticamente estável entre as duas últimas quintas-feiras (de 710 para 713);
– número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS reduziu 3% entre as duas últimas quintas-feiras (de 598 para 583);
– número de casos ativos aumentou 3% entre as duas últimas semanas (de 9.799 para 10.066);
– número de óbitos por Covid-19 aumentou 7% entre as duas últimas quintas-feiras (de 317 para 340).
As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (278), Caxias do Sul (117), Passo Fundo (92), Canoas (84) e Novo Hamburgo (52).